Acordo de manhã: sol. Porreiro, visto um casaco leve porque o céu estava mesmo totalmente limpo.
Chego ao trabalho, passam duas horas: chega o frio, quase tudo nublado.
Decido ir almoçar a casa para poder trazer um casaco mais quente. Chego e vejo que os senhores que era suposto terem ido ao meu quarto para manutenção das coisas porque em Julho abrem a residência a turistas já lá tinham estado. Porquê? Cadeira quase a impedir a entrada, janela aberta. Odeio sentir que alguém esteve no meu quarto que não e ainda por cima não teve o cuidado de deixar as coisas tal como estavam.
Regresso ao trabalho. Inundação de bicicletas no local de parqueamento. Tento meter a bicicleta onde dá, cai ao chão luz de trás parte-se: lá terei que ir ao Europark à procura de luzes traseiras de sinalização.
Eu juro que se isto hoje piora ainda mais eu prego um berro no meio da rua! E depois chamem-me de maluca que não sou de cá.
Ainda por cima não tinha ninguém no meu escritório, tudo totalmente vazio. Que seca de sexta-feira. Tomara já que a próxima semana chegue!
Acho que cheguei àquela fase, que normalmente só acontece aí aos 30 e tais de uma mulher, em que penso que género de mulher quero ou gostaria de ser:
a mulher que se desenrasca numa cozinha, que trabalha em multi-tasking, entre estudos e trabalhos e que se começou a desmazelar um bocado com o próprio corpo porque "há coisas mais importantes em que me focar"; ou a mulher bem segura de si, que tem sempre tempo para tudo o que lhe apetece fazer e que faz virar cabeças em cada passo que dá na rua, e que até tem um emprego de sucesso.
E porque é que é tão difícil ser as duas?
Merda, 'tou-me a sentir tão velha neste momento com estes pensamentos :S
Estou a menos de 24 horas de regressar por uns dias a Portugal..
E estou num dilema do caraças. Era suposto aproveitar para levar roupas que já não uso. Mas também é suposto levar prendas e souvenirs... E agora sem uma balança à mão não faço a mínima se estou dentro dos 20 kg ou não.
E isto é problemático porque 1) não tenho ninguém que me ajude a carregar a mala de Salzburg a Munique e depois se chego ao balcão de entrega das malas e excedo o peso é uma grande chatice porque tenho que pagar mais!
Enfim... já não vejo a hora de por os pés em terras portuguesas... Estou mesmo a precisar de descanso. Coisa que não vou ter como é óbvio mas pelo menos estou junto dos meus.
"Parte o espelho".
in Deviantart, by Kakttuss
Pior do que olhares-te ao espelho e não gostares do que vês em ti, é olhares-te ao espelho, até gostares do que vês, mas depois perceberes com e pelos outros que afinal não tens assim tanto para gostar.
Acabei de receber um convite da minha coordenadora a dizer que tinha oportunidade de ir visitar Colónia por três dias, com bilhete de graça porque ela tinha dois bilhetes para ir lá. Fiquei entusiasmadíssima porque inclusivamente tenho lá agora um grande amigo meu a trabalhar e era perfeito porque segundo a informação que ele me deu os bilhetes são extremamente caros e então seria praticamente impossível eu encontrar-me por lá com ele. E fiquei entusiasmadíssima até perceber que a viagem estava marcada de 3 a 6 de Junho - pois... altura em que estou em Portugal a celebrar o final da minha licenciatura.
Estou de coração partido. Acabei de perder a oportunidade única de visitar Colónia - e é mesmo única porque só dá para aqueles dias e fora isso é impossível eu ir visitá-lo por minha conta e carteira e se fosse ao contrário perdiria a oportunidade única de ter a minha queima das fitas com todos os meus amigos e familiares que não vejo há mais de 3 meses.
Mas porque é que estas coisas me acontecem assim! Ainda há umas horas atrás estava a pensar nos sítios que gostava de visitar, cai-me esta mensagem na caixa de e-mail e depois quando pensava "UAU que sorte" depressa se transformou em "MERDA!".
Eenfim... é assim a vida, feita de escolhas: e eu a pensar que se tinha concretizado o meu fortune cookie que dizia que ia ter uma mudança agradável na minha vida. Damn it!
Vim aqui pedir-vos que tenham um pouco de paciência comigo.
Estas últimas semanas têm sido muito desgastantes, sendo que esta vai ser a pior: a semana da conferência.
Trabalhei feriado e domingo, tudo para tentar ajudar a que as coisas corram bem. Tempo para mim? Quase nenhum.
Mas é assim a vida... Agora só espero que tudo corra bem e que a semana passe depressa para finalmente poder ter algum tempo de descanso e ir-me preparando para o meu regresso a Portugal por uns dias só para a minha queima das fitas.
Depois ainda voltarei a Salzburg para o meu último mês e espero poder ter tempo de me despedir bem de todas as pessoas que me deram algum apoio enquanto aqui estive. Visitas a Fuschl am See são a prioridade máxima, pois foi aí que mais me senti em casa, mesmo entre alguns desconhecidos.
Um beijo e/ou abraço para todos
Falamos mais tarde, com promessa de novidades relativamente a tudo o que ficou por dizer nestes últimos tempos
Até breve.
Só gostava que o tempo passasse mais depressa.
Parece que quanto mais se aproxima a hora de regressar por uns dias a Portugal mais os dias custam a passar mesmo sendo das semanas mais atarefadas que já tive.
E peço desculpa por ultimamente não por nenhumas fotografias. Tenho fotos lindíssimas de um sítio que descobri, mas a paciência de estar a inseri-las no blog não é muita. Sei que já mas pediram... mas ando meio desmotivada.
Talvez na quinta-feira, que é feriado... aproveite para passear se estiver bom tempo e fique de bom humor para meter as fotos aqui...
Até lá terão que aturar apenas os desabafos de uma alentejana com saudades do seu Alentejo.
Acima de tudo assusta-me ter o meu futuro tão incerto. Ando neste vai e vem dentro da minha cabeça.
Quando me perguntam "então e o que pensas fazer depois de terminar o estágio? Pensas voltar para Portugal?" a resposta é sempre a mesma: "Não sei. Tenho que terminar a tese. Depois disso não sei." ao qual sempre me respondem: "mas isso pode ser bom, ao menos tens tudo em aberto e podes pensar naquilo que quiseres para o teu futuro".
Mas não sei se acredito. Por um lado agrada-me e alivia-me de certa forma saber que não tenho nada fixo, que posso traçar o meu próprio rumo após terminar os estudos. Mas depois penso nos colegas que já receberam ofertas de emprego ou estágio profissional. E penso que aqui poderia vir a realizar-me profissionalmente, se conseguisse encontrar um local similar (infelizmente vejo com muito pessimismo um local de trabalho em Portugal que siga as directrizes e missões do meu estágio), mas pessoalmente seria o desastre total. Sou uma pessoa social. Vivo com e para as pessoas de quem gosto. Gosto de as sentir por perto e sinto um vazio quando não estão.
Tem sido uma experiência fantástica e tenho finalmente criado algumas ligações. Mas as pessoas são diferentes, vivem no seu mundo para si e para os seus. E eu sinto falta dos meus.
É de facto um sítio maravilhoso, com paisagens lindíssimas, ruas românticas, com música que ecoa por toda a cidade, ar puro, pouco stress... Mas sem ter ninguém com quem partilhá-lo torna-se mais difícil. Tenho adorado a sensação de liberdade, independência e, principalmente, de responsabilidade, mas percebo agora que não sou o género de pessoa que não se importa de estar sozinha no mundo.
Porque me deixa neurótica quando passo a mão pelo meu sinal e acho que está diferente, para pior.
No folclore europeu surgem recorrentemente umas botas mágicas que permitem a quem as use atravessar sete léguas de cada passo.
Nesta história, uma rapariga viaja de Portugal para Salzburgo, na Áustria, para iniciar a sua vida profissional. Calça assim um par de botas normais; a internet permite-lhe uma maior proximidade de casa.
São só 74 passos e meio de distância.
. What a terrible, terrible...
. Dividida, ainda que apena...
. Pedido
. Desabafo de quem está for...
. Odeio ter traços hipocond...